Tu, que olhas teu filho pequenino encantado com as tampas das panelas,
Tu que o vês a fazer castelos de areia, a caçar joaninhas, sementes e conchinhas…
Tu que te encantas com as primeiras palavras que ele lê e escreve,
É contigo que quero conversar!
Quando chega a hora de levantar critérios para avaliar escolas e, tu sabes que o futuro surpreenderá e vai fazer tudo diferente com essa geração. Tu já sabes, tens visto, que o planeta e a sociedade estão em crise e, ninguém pode afirmar como o mundo e o mercado de trabalho serão em 2050. Dizem que a nova geração precisará se reinventar, reconstruir, inovar em formas de trabalho. Concordamos, não é? Mas como fará isso com a formação que recebem nas escolas atuais?
Confio que os pais de hoje não querem mais fazer vista grossa à chance de criar um futuro melhor! Então, te proponho que penses o que as escolas deveriam estar ensinando hoje? A resposta certamente é que as escolas precisam garantir o desenvolvimento socioemocional, para que teu filho aprenda a lidar com mudanças, consiga aprender coisas novas e preserve o equilíbrio mental frente a frustrações e situações não rotineiras. O desenvolvimento de uma competência no início da vida influencia diretamente as habilidades da vida futura. Garantir desenvolvimento não é transmitir conhecimento, pois é algo processual e não pontual.
Sendo assim ao escolher uma escola, os pais devem levar em consideração que o impacto desse ambiente será muito maior a longo prazo sobre as habilidades socioemocionais da criança do que sobre suas competências cognitivas.
Ou seja, crianças que crescem em espaços seguros, acolhedores e afetivos têm maior chance de se tornarem adultos resilientes, focados, persistentes e emocionalmente preparados, dentre outras características desse campo de habilidades.
Mas como tu podes ter certeza de que este trabalho é realizado dentro de uma escola, se ele não é mensurável e nem percebido a curto prazo? Minha orientação sustenta-se na máxima: a escola são as pessoas! Não são os edifícios, as quadras, nem as apostilas, provas ou notas.
Quem são os profissionais que lá trabalham?
Exercem entre si o que se propõem a praticar com as crianças?
Tomam decisões democráticas?
Com que frequência estudam, refletem e qualificam a práxis? Ampliam? Diversificam? Ou a metodologia está presa a pensamentos filosóficos do passado?
Esses professores, essas pessoas são produtoras de cultura?
Uma escola focada na memorização de conteúdos obrigatórios para a realização de provas, produzirá uma massa homogênea de seres pouco pensantes. Contudo, aquelas cuja intenção é o desenvolvimento socioemocional e a resolução de problemas presentes no dia a dia escolar ou do bairro, promovem a formação necessária aos humanos de amanhã.
Eu quero te convidar agora a conferir o nosso trabalho e a conhecer as pessoas que fazem nossa escola existir. Nossa escola chama-se Maré porque acreditamos na potência inovadora desta palavra, que tão bem representa nossa atuação na educação brasileira. Trabalhamos para mudar a escola, melhorar a educação, transformar o país.
Estamos te esperando!
Regina Pundek
Ah, a Maré da Kids está inserida nas publicações:
Livros:
Acorda, Alice – mãe, o que você está fazendo com seu filho (editora Landscape);
Picolé e Sorvete para Todos – Percursos de uma Escola Inovadora e Criativa (editora Paco);
Inovações Radicais na Educação Brasileira (editora Penso);
Diálogos Educacionais (editora Vozes).
Mestrados:
em Arte e Educação na USP/2012 – O Essencial no Ser e A Poesia dos Sentidos e dos Significados – Reflexões sobre arte e educação em contextos destinados à primeira infância
e
em Arquitetura e Urbanismo na UFMG/2018 – Refazenda: Jardinagem e Micropolítica.