A Semana pedagógica de janeiro de 22 focou em registros! E, o chão da escola durante o semestre foi regado a letras. O esforço de no sentido dessa intencionalidade faz valer os estudos, faz acreditar numa maior reflexão do processo de construção da autoria e do fortalecimento da identidade do professor-educador.
Durante o semestre a escrita e consequente leitura dos registros a cada reunião, seja da Ei, seja do F1, revelou um bocado do caminhar individual e coletivo. Através dos registros, do comprometimento em fazê-los, e de um fazer pleno, podemos constatar o outro educador, e assim aprender mais sobre ele e seu trabalho, que soma ao meu.
Temos um bom caminho pela frente, certamente. Os primeiros passos dados por quem pouco escrevia, me alegram. Seguiremos nessa trilha!
Durante o semestre o arrefecimento da pandemia teve variações fortes, que se impuseram, por vezes, em desconfortos. Avaliar e tomar decisões sobre o tema doençaXsaúde não é tarefa simples para nenhuma pedagoga. Contudo, senti essa exigência querendo se adentrar entre minhas funções de diretora! Não! É bastante desagradável andar nessa corda bamba de opiniões e sugestões tão diversas, quando o nosso maior objetivo é crianças felizes aprendendo com significado e afeto.
A festa junina foi o maior exemplo do estresse vivido no semestre em relação ao Covid19. Na última semana que antecedia o evento foi preciso firmeza para manter fazer pequenas alterações que oferecessem maior conforto para a comunidade. A festa foi maravilhosa! Não ouvi sequer uma reclamação.
Andar na corda bamba teve diversos significados nesses meses, mas o bacana mesmo foi o que vivemos de concreto com as propostas do Eric. Quantos desafios bons! Quanta amplitude no fazer com as crianças! A alegria que as crianças revelam nesses desafios nos mostra como encaram e enfrentam as situações que antes não existiam corriqueiramente. Nosso quintal em tempo livre era rei! Agora temos alguns gnomos em travessuras, em geral pelos ares.
Na literarte vivi um desafio que ainda não acomodei. Ainda não senti uma unidade no trabalho. Me parece que sou uma “professora” chegando para contar história para um grupo danadinho. Eu quero ser a Regina, num lugar quentinho, confortável, contando história para crianças curiosas e participativas. Sou exigente porque sei que posso fazer melhor. Como? O que tenho que mudar? Não sei. Sei que até já fiquei pensando pra que a literarte? Caminhamos por enredos ricos, alguns aproveitaram, muitos não.
Também foi importante acompanhar os profissionais novos da escola, acolher, observar, posicionar eventuais necessidades. Nossa escola, tão fora da caixinha, oferece silêncios que não sabemos nominar, pois cada pessoa traz em si suas demandas, e também nem sempre as sabe nominar. O que dizer a quem não consegue ainda perguntar? Por vezes, o sorriso e o abraço é minha ferramenta, através da qual quero dizer: vai firme, dá tuas braçadas nessa maré que a gente te sustenta! E, assim vamos seguindo, entendendo que o tempo é um dos maiores agentes de treinamento, mas sempre de portas abertas para quem quiser entrar na sala que eu chamo de sala dos professores, mas ouço dizerem sala do pedagógico. Seja lá o nome que a identifique melhor, o que eu quero mesmo é gente conversando lá dentro, isso me faz sentir bem, dá unidade!
Quero falar um tiquinho também dos meus pés. Meu pé, meu querido pé, que me aguenta do dia inteiro! Eles falam! Me dizem que estão cansados, são reclamões. Eu busco alternativas diversas em palmilhas, tênis próprios, cremes massageadores, fisioterapia. Um processo longo, já se vão 8 anos. Esse ano se acentuou. Acho que colocaram espinhos no meu chão, no meu caminho. Então, peço, tenham paciência comigo, EU QUERO IR SEMPRE, onde quer que vocês me chamem, eu vou e sento, tá?!!
Mais do que em qualquer outro semestre neste eu trabalhei para fora. Foram encontros virtuais com educadores de diferentes lugares do Brasil. Espraiar sementes, trocar saberes é propósito de vida pra mim, faz parte da minha cosmovisão. Ah, tivemos também gente entrando na Maré como observador.
– Quem são eles, Rê? – (João Oda)
– São professores que vieram nos conhecer.
– Por que?
– Porque você acha?
– ah, eles sempre vem aqui porque eles querem aprender como a gente faz para as crianças serem felizes enquanto aprendem.
– Isso mesmo!- eu disse
– Aqui a gente acha isso fácil.
– Como? – Perguntou o pesquisador.
– É só o professor conversar e descobrir o que a criança quer aprender, e depois aprender junto com ela!
O semestre passou. Lutamos pela manutenção da saúde do coletivo, lutamos pelo equilíbrio do todo, pela corresponsabilidade como uma bandeira forte, nas mãos de cada adulto. Somos todos responsáveis pela harmonia, pela serenidade, pela alegria, pelo ar, pelo calor, pelas águas, pelo solo saudável, pelas árvores, pelo cuidado um com o outro, com todos os seres viventes do planeta. Logo agosto se inicia e junto consigo trará as eleições. Que possamos colocar luz e amor nas nossas escolhas! Que possamos escolher o que é melhor para TODOS!
SOMOS!
Regina Pundek