Quanta coisa boa, quanta intensidade, emoção a controlar, quanto para refletir e aprender!
A Literarte me tirou do lugar comum.
Eu queria resgatar as emoções vividas no SITIOM, planejei para os dois grupos cantar COMO PODE UMA FLORESTA, a paródia da professora Joana.
Para os PEQUENOS: ler a poesia de sempre sobre a letra do nome, e então a historinha SELVAGEM.
Para os GRANDES: a poesia do CICLO VICIOSO e a historinha FOLHA, sem texto, somente ilustração (pura emoção e poesia)
Nos dois grupos dos pequenos o planejamento mudou quando entreguei o sembei para eles degustarem. Aquilo já era desconstrução grande pra mim, dar um biscoito “com açúcar” é coisa que não costumo fazer, mas que nada, minha expectativa foi ultrapassada! O Gael A. percebeu sementes inteiras em seu biscoito e isso me levou ao POTE VAZIO. Amo essa história. Eu fui falando e lendo, dava vozes ao personagem Ping que não estavam escritas, mas que faziam sentido para o grupo. O encantamento que eu via nas crianças se confundia em mim, era meu ou deles tudo aquilo que eu sentia?
Contei para as crianças sobre UMA PROFESSORA QUE GOSTAVA DE ESTUDAR E APRENDER COMO LEVAR ALEGRIA PARA AS CRIANÇAS ENQUANTO ELAS APRENDEM. CONTEI QUE ESSA PROFESSORA FEZ UM TREINAMENTO NA ESCOLA, NOS DIVIDIU EM EQUIPES E NOS DEU UM DESAFIO: NA SEMANA SEGUINTE CADA EQUIPE TINHA QUE APRESENTAR ALGO ALEGRE E CHEIO DE APRENDIZAGENS PARA AS CRIANÇAS. A MINHA EQUIPE ERA: A ANA CLEUMA, A JOANA E EU. A JOANA FEZ A PARÓDIA DA MÚSICA COMO PODE UM PEIXE VIVO VIVER FORA DA ÁGUA FRIA, EU TOQUEI VIOLÃO (que mico!, rs) e NÓS TRÊS CANTAMOS JUNTO COM AS CRIANÇAS. Então, as crianças queriam muito saber quem era aquela professora que deu o treinamento sobre a ALEGRIA.
Contei-lhes que foi a Karina Silva e eles aplaudiram contentes! Ali mesmo, sem planejar antes, eu os provoquei a escrevermos uma última estrofe falando sobre nossa floresta, que naquela data ainda não existia. Logo, a Karina, se revelou repentista e escreveu na lousa um verso perfeito:
MAS EU PODEREI PLANTAR, MAS EU PODEREI CUIDAR,
DA FLORESTA, DAS CRIANÇAS, DO PLANETA INTEIRINHO
O momento com o grupo dos maiores também foi forte, vibrante, natural! Nossas crianças sabem acolher os estímulos fantasiosos que eu gosto de lançar, com vozes, com expressões faciais e envolvimento deles nos enredos. FOLHA é uma história sem texto, mas tão rica! Depois mostrei quatro gravuras lindas, que ganhei do meu filho Gabriel, sobre o humano integrado à floresta, entregue ao verde! Sinto-me assim, sinto as crianças assim também.
Saí do espaço tão plena, até mesmo na reflexão sobre PLANEJAMENTO, REGRAS e CONTROLE, que tanto me incomodam. Eu vejo luz. As regras só são feitas porque não sabemos nos comportar socialmente. Então, quando sabemos nos relacionar bem, elas não precisam existir. E, controle é algo colocado quando não há entendimento e aceitação do que é preciso acontecer. Então, no meu entendimento é autoritário e não autoridade.